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Proibição da venda  de pacotinhos em Luanda  coloca em risco mais de 4.000 postos de trabalho

Wiskis em pacotinho

A decisão do Executivo de proibir, a partir desta terça-feira, 12, a produção de bebidas espirituosas em saquetas, “coloca em risco mais de 4.000 postos de trabalhos directos”, escreve o Novo Jornal, citando como fonte que a Associação das Indústrias de Bebidas de Angola que afirma que o Governo não deu tempo suficiente às fábricas para instalarem linhas de enchimento de recipientes de vidro.

As empresas do sector de bebidas asseguram que tiveram um tempo muito limitado para reconverter as linhas de enchimento e consideram grave a situação, que agora vai deixar milhares de famílias sem salário.

“Isso é muito grave, vão para o desemprego 4.200 trabalhadores. Pessoas treinadas em muitos países, que hoje estão a gerir grandes indústrias. Agora o que fazemos com esses trabalhadores?”, questiona Manuel Sumbula, presidente da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA).

A AIBA diz que em 2023 os operadores foram obrigados a fazer investimentos milionários para combater a contrafacção, mas não lhes foi dado um prazo alargado para trazerem para o País as linhas de enchimento de recipientes de vidro.

Os operadores asseguram que tinham consciência que o modelo de produção de bebidas espirituosas em saquetas não seria para sempre, mas salientam que requer um investimento muito dispendioso, e o tempo que o Executivo deu desde o mês de Julho último é insuficiente para as indústrias, que muito pediram o alargamento do prazo.

Entretanto, a AIBA afirma que respeita a decisão do Executivo, mas contesta o prazo de 60 dias para a eliminação total da produção e comercialização, pelo facto de não permitir a adaptação das linhas de produção e respectivos recursos humanos, cujos interesses o Estado não aceitou ter em conta.

Especialistas do sector asseguram que não será fácil montar uma linha de enchimento em recipientes de vidro, pois requer 24 meses para conclusão.

Segundo a AIBA, Angola dispõe apenas de duas fábricas de produção de garrafas, cuja capacidade é insuficiente face à necessidade de cerca de 600 milhões de garrafas desta indústria.

Em função da medida do Executivo, a indústria de bebidas espirituosas avançou com uma proposta ao Governo que permitisse o embalamento em garrafas de “PET” (garrafas de plástico), mas não foi aceite.

Entretanto, o diploma do Ministério da Indústria e Comércio, que dá cumprimento a uma medida anunciada em Julho do ano passado, justifica a eliminação dos famosos “pacotinhos” com questões de saúde pública, ambiente e ordenamento do comércio.

O consumo do famoso whisky em “pacotinho”, em Angola, que é comercializado em grande escala na via pública, maioritariamente nas paragens de táxis e nas zonas suburbanas, entretanto, é sobretudo feito por cidadãos de baixos rendimentos, devido ao custo do produto.

Um “pacotinho” de whisky é vendido entre 50 a 150 kwanzas, dependendo da marca e do respectivo sabor.

O coordenador para o Programa de Selos Fiscais da Administração Nacional Tributária, Yuri Santos, informou que o Governo proibiu a produção e venda de bebidas alcoólicas em saquetas, por serem prejudiciais à saúde pública.

Conforme este responsável, a proibição surge como forma de protecção dos jovens, salientando que países como a RDC e Moçambique já proibiram há muito o seu uso.

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